O Ibama deve conceder, nesta semana, a licença prévia para a construção de uma nova usina termoelétrica a carvão no Brasil, a Ouro Negro, planejada para ser construída aqui na região de Candiota.
O projeto é criticado por ambientalistas, alegando que vai contribuir para o aumento das emissões de gases de efeito estufa e também aumentar em 25% o consumo de água em uma região já considerada crítica em termos de oferta hídrica.
As questões foram levantadas por pesquisadores do Instituto de Energia e Meio Ambiente, que analisaram os impactos que podem ocorrer com o funcionamento da usina.
A região de Candiota, onde a usina está sendo planejada, é a principal produtora do Brasil de carvão mineral. Já abriga um polo de termoelétricas: as usinas Presidente Médici A e B e Candiota 3, além de mais uma em construção, a Pampa Sul.
Com a instalação da Ouro Negro, empresa que conta com capital chinês, haverá um aumento na captação de água do Arroio Candiota. Vai representar um aumento de 25% sobre a captação que já ocorre hoje, elevando para 70% a participação das termoelétricas no total de água consumida na região. Toda essa água vai para o resfriamento das máquinas das usinas durante a produção de energia.
Questionado sobre o estudo, o técnico André Raymundo Pante, coordenador de regulação da Agência Nacional de Águas – ANA - reconheceu que as termoelétricas vão consumir 70% da água da região, mas alegou que os outros consumos não serão prejudicados. Ele afirmou também que a outorga pode ser revista se houver uma mudança de cenário, como uma seca grave.
A Ouro Negro afirmou que o projeto "foi desenvolvido empregando tecnologias selecionadas entre as mais modernas disponíveis no mercado mundial para geração de energia, com destaque para a racionalização do uso de água". Disse também que "o abastecimento de água para o empreendimento baseia-se na utilização de volumes armazenados em reservatório no Arroio Candiota, cuja finalidade é justamente garantir a água necessária para a usina, sem comprometer os demais usos, atuais e futuros".
O projeto é criticado por ambientalistas, que alegam que vai contribuir para o aumento das emissões de gases de efeito estufa e também aumentar em 25% o consumo de água em uma região já considerada crítica em termos de oferta hídrica.
Os pesquisadores do Instituto de Energia e Meio Ambiente defendem que outras alternativas tecnológicas deveriam ter sido consideradas, no projeto da usina Ouro Negro, para evitar o uso da água, como o resfriamento a ar.
A usina Ouro Negro terá capacidade de geração de 600 megawatts. O instituto estimou ainda que a usina deve contribuir com um aumento de 7% das emissões de gases de efeito estufa do sistema elétrico brasileiro, em comparação com os valores apresentados no relatório do Sistema de Estimativa de Emissões de Gases, de 2014.
O Ibama informou que "a bacia aérea tem capacidade para receber a termoelétrica, uma vez que nem todos os empreendimentos previstos para a região foram instalados."
Fonte: Clic RBS.
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