Estiagem provoca queda na produção de leite e soja - PinheirOnline

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Estiagem provoca queda na produção de leite e soja

Estiagem provoca queda na produção de leite e soja

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A falta de chuva na região da Campanha afetou principalmente a colheita da soja e a produção de leite. O problema com a oleaginosa e a falta de pastagem para os animais causa uma quebra de cerca de 40%. O arroz não sofreu nenhuma queda visto que a chuva foi suficiente até janeiro, período que o grão necessitava da umidade.

De acordo com o presidente da Associação dos Arrozeiros de Bagé e Região, Ricardo Zago, entre os municípios de Aceguá, Bagé, Candiota e Hulha Negra foram cultivados em torno de 100 hectares de soja e 21 mil hectares de arroz. Desta área, o arroz teve melhor produtividade que o ano passado e foram colhidos em torno de 8,2 quilos por hectare.

Em 2014 a safra foi de 7,8 quilos por hectare. Já a soja não teve a mesma produção. Zago comenta que dos 100 mil hectares da oleaginosa, 40% das lavouras foram cultivadas em dezembro, período considerado tardio. O problema é que até o começo de janeiro havia muita chuva e não havia condições de plantio da cultura. "No período que a planta necessitava da umidade para crescer, não choveu e houve a quebra de 30%", salienta.

O presidente projeta que o prejuízo nas lavouras de soja deve ultrapassar 2,7 milhões. O engenheiro agrônomo, Maurício Schiefelbein, e produtor de soja e arroz, informa que a colheita da soja já encerrou em sua propriedade. Ele conta que o grão da oleaginosa não desenvolveu o suficiente e a colheita foi em média 30 sacas por hectare. Schiefelbein comenta que uma área de 110 hectares não foi possível realizar o cultivo da soja devido ao excesso de chuva e agora optou por não plantar o azevém por causa da falta de umidade.

Já o produtor da região do Piraí, Valdir Donicht informa que a colheita em sua propriedade foi dentro do previsto. O agricultor observa que mesmo com a queda de produção em torno de 40% na soja, houve o equilíbrio com a safra de arroz. "Teremos bons resultados", avalia. Forrageiras de outono Conforme o zootecnista e assistente técnico da Emater regional, Fábio Eduardo Schilick, dos 20 municípios da Campanha e Fronteira Oeste atendidos pela instituição, os mais prejudicados pela estiagem são os Campanha.

O técnico observa que os primeiros meses de verão foram bons para a agricultura e pecuária, porém nos últimos 60 dias houve uma redução drástica no volume e frequência da chuva. O profissional ressalta que muitos produtores estão com a semente e adubo armazenado porque não há umidade para cultivar as pastagens. "Diminuiu a faixa de tempo de utilização do campo aumentando o vazio forrageiro de outono", salienta.

O técnico informa que terminou a colheita do sorgo e milheto e a falta de chuva não está permitindo outros cultivos. Com isso, diminuiu a alimentação do gado de leite e aumenta os custos. Schilick estima que a redução no setor deva chegar a 50% no período de entressafra. Ele explica que nos meses de inverno é natural a diminuição das pastagens, porém, devido a falta de chuva, o período vai ser mais longo. "Ou diminui a produção ou aumenta o custo com a suplementação alimentar", explica.

Déficit na bacia leiteira


De acordo com o presidente da Associação Bajeense de Produtores de Leite (Abaleite), Luís Carlos Rodrigues de Rodrigues, os produtores estão enfrentando um período difícil. Ele informa que a quebra no setor leiteiro deverá chegar a 50%.

Em março, a entidade vendeu cerca de 72 mil litros de leite e este mês a estimativa é de 30 mil litros devido à falta de pastagem. "Deixamos de arrecadar aproximadamente 24 mil mensais e temos que investir em alimentação", argumenta. O pequeno produtor, Luís Alberto Molins, cria animais das raças Jersey e Holandês no bairro Santa Cecília. Ele informa que as vacas estão produzindo cerca de 25 litros de leite por dia. "Hoje temos apenas quatro vacas em produção", disse.

O produtor conta que a única pastagem disponível por causa da estiagem é o capim anoni e não é suficiente para suprir as necessidades nutricionais dos animais. Para manter o peso das vacas nesse período de seca e inverno, é necessário complementar a alimentação com milho, quirela de arroz entre outros, e o valor da produção eleva muito. "Recebemos no máximo R$ 0,80 por litro", conta.


Previsão de pouca chuva


De acordo com o pesquisador de agrometeorologia da Embrapa Pecuária Sul, Gustavo Trentin nos últimos dois meses o volume de chuva na região foi de 65% a 75% abaixo da média.

A previsão segundo o pesquisador, é que no dia 2 de maio haja uma precipitação de 30 milímetros. "O volume é pequeno para a necessidade da região, mas vai melhorar os campos", disse.

Conforme Trentin, a estiagem afeta primeiro a produção agrícola, logo após as pastagens e pecuária e por último as barragens e açudes. No caso da região os produtores já estão com problemas em todos os setores.

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