O grupo responsável por uma série de assaltos a residências e
estabelecimentos comerciais nos vales do Rio Pardo e Taquari sofreu, no
mínimo, um duro golpe.
O plano de sequestro de um empresário seguido de assalto a imobiliárias foi frustrado pela Polícia Civil em Vera Cruz e um dos assaltantes, considerado o número dois da quadrilha, foi morto durante troca de tiros com os policiais. O líder havia sido preso há dez dias.
Com pistas colhidas em investigação que já dura três meses, uma equipe formada por 12 agentes e quatro delegados aguardou de tocaia na casa do empresário do ramo imobiliário que fica no Centro do município de quase 24 mil habitantes. Ele e a família foram removidos de casa e os arredores foram evacuados.
Depois de cerca de três horas de campana, por volta das 22h30min, a dupla de assaltantes chegou na casa. Gilberto Cardoso dos Santos Júnior, 28 anos, pulou o muro e em seguida, os policiais surpreenderam o, dando voz de prisão, mas ele empreendeu fuga e iniciou troca de tiros com os PMs. Já na calçada, ele acabou sendo atingido e morreu na hora. O outro comparsa, não identificado pela polícia, conseguiu fugir a pé. Ninguém mais ficou ferido.
— Eles pretendiam sequestrar o empresário e levá-lo até as duas imobiliárias dele. O objetivo era o mesmo da maioria dos assaltos feitos pelo grupo: os cofres — esclarece o titular Delegacia de Furtos, Roubos, Entorpecentes e Capturas (Defrec), de Santa Cruz do Sul, Luciano Menezes.
Além da Defrec, participaram da operação as delegacias de polícia de Vera Cruz, a 1ª de Santa Cruz do Sul, a de Pronto Atendimento (DPPA) de Santa Cruz do Sul e a Regional.
Atualmente em liberdade condicional, Júnior é suspeito de participar de uma série de outros crimes, como roubo a uma padaria de Santa Cruz do Sul, cárcere privado e espancamento de um motorista de um Astra no município, e invasão de duas casas de colecionadores de armas.
Dois dos casos de maior repercussão ocorreram no último mês. No dia 12 de abril, teria feito a prefeita de Mato Leitão, Carmen Goerck, 55 anos, como refém, junto com o suposto líder do grupo, Marcelo de Barros Martins, o Alemão, 33 anos, preso há dez dias em Lajeado. Na fuga, eles bateram o carro, Carmen foi liberada e a dupla foi resgatada por outro veículo.
Ainda de acordo com a polícia, Júnior participou do ataque em Pedras Altas, novamente com Alemão, em que um grupo de pelo menos seis homens assaltou dois bancos, fez pelo menos seis reféns e chegou a usar um veículo da Brigada Militar na fuga. Uma das armas usadas na ocasião, uma pistola .40, e uma touca-ninja foram apreendidas com Júnior em Vera Cruz, mais um indício que comprovaria a ligação dele com o crime.
Supostamente o segundo na hierarquia do grupo, Gilberto Cardoso dos Santos Júnior era natural e morador de Santa Cruz do Sul. O foco do bando eram os Vales, mas teriam atuado no Sul porque Alemão possui familiares que moram lá.
Para polícia, ataques têm característica de guerrilha
O delegado regional Julci Severo compara o sistema de funcionamento do grupo de Alemão e Júnior com o de guerrilhas, com utilização de áreas com mata, preferencialmente em zonas rurais, com recrutamentos instantâneos, alto poder bélico e confecção de QGs.
— Eles agem de forma sorrateira: chegam, escolhem os alvos, os analisam bem, realizam o crime, fogem e se dispersam. Inclusive, se mantém em locais intermediários com estoque de comida e bebida até que a polícia desfaça as buscas — afirma Severo.
Para o delegado regional, a zona rural não é o alvo dos assaltantes, mas, sim, os empresários que resolvem morar no Interior e geram “suspeita de riqueza”.
— Essas pessoas são extremamente analisadas e observadas, para depois virarem alvo — completa.
A polícia acredita que o grupo tenha cerca de dez integrantes fixos e diversos outros que são recrutados de acordo com o local, dando preferência a quem conhece as proximidades, e com a especialidade, roubo a banco ou à residência, por exemplo. Isso tem dificultado as investigações, porque é um sistema complexo.
— O mais assustador é como essas relações se estabelecem, todas elas dentro dos presídios. Sejam as amizades, as informações sobre as possíveis vítimas e os planos em si, tudo acontece enquanto os criminosos estão presos, como se fosse uma colônia de férias. É o que chamamos de sindicato do crime — esclarece o delegado Luciano Menezes.
Os objetivos desse grupo que está sendo desmantelado e possui pelo menos três foragidos, de acordo com os investigadores, seriam bens patrimoniais. Em princípio, eles não teriam envolvimento direto com o narcotráfico, nem tem intenção de machucar ou matar as vítimas, embora sejam feitas reféns.
Na manhã de ontem, os delegados da região vistoriaram uma propriedade que fica no interior de Santa Cruz do Sul e que serviria como QG do bando. Lá, foram apreendidos cerca de 700 munições, a grande maioria de calibres restritos ao uso policial, incluindo uma .50, que é capaz de derrubar um avião e furar carro forte, além de uma pistola, um colete a prova de balas roubado da BM em Pedras Altas e uma touca-ninja.
Permanece desaparecido um fuzil que foi usado na ataque de Pedras Altas. A arma teria sido emprestada a outro comparsa de Júnior, Deivid Ricardo da Silva, 26 anos, que utilizou a arma para matar um adolescente de 15 anos em Santa Cruz do Sul também no domingo. Segundo a polícia, o motivo teria sido disputa de território de tráfico de drogas e o crime não teria ligação direta com a onda de assaltos. No mesmo dia, Silva foi encontrado morto.
— A nossa investigação continua e temos muitas informações que precisam ser preservadas para colocarmos fim a esse bando — conclui Severo.
Zero Hora
O plano de sequestro de um empresário seguido de assalto a imobiliárias foi frustrado pela Polícia Civil em Vera Cruz e um dos assaltantes, considerado o número dois da quadrilha, foi morto durante troca de tiros com os policiais. O líder havia sido preso há dez dias.
Com pistas colhidas em investigação que já dura três meses, uma equipe formada por 12 agentes e quatro delegados aguardou de tocaia na casa do empresário do ramo imobiliário que fica no Centro do município de quase 24 mil habitantes. Ele e a família foram removidos de casa e os arredores foram evacuados.
Depois de cerca de três horas de campana, por volta das 22h30min, a dupla de assaltantes chegou na casa. Gilberto Cardoso dos Santos Júnior, 28 anos, pulou o muro e em seguida, os policiais surpreenderam o, dando voz de prisão, mas ele empreendeu fuga e iniciou troca de tiros com os PMs. Já na calçada, ele acabou sendo atingido e morreu na hora. O outro comparsa, não identificado pela polícia, conseguiu fugir a pé. Ninguém mais ficou ferido.
— Eles pretendiam sequestrar o empresário e levá-lo até as duas imobiliárias dele. O objetivo era o mesmo da maioria dos assaltos feitos pelo grupo: os cofres — esclarece o titular Delegacia de Furtos, Roubos, Entorpecentes e Capturas (Defrec), de Santa Cruz do Sul, Luciano Menezes.
Além da Defrec, participaram da operação as delegacias de polícia de Vera Cruz, a 1ª de Santa Cruz do Sul, a de Pronto Atendimento (DPPA) de Santa Cruz do Sul e a Regional.
Atualmente em liberdade condicional, Júnior é suspeito de participar de uma série de outros crimes, como roubo a uma padaria de Santa Cruz do Sul, cárcere privado e espancamento de um motorista de um Astra no município, e invasão de duas casas de colecionadores de armas.
Dois dos casos de maior repercussão ocorreram no último mês. No dia 12 de abril, teria feito a prefeita de Mato Leitão, Carmen Goerck, 55 anos, como refém, junto com o suposto líder do grupo, Marcelo de Barros Martins, o Alemão, 33 anos, preso há dez dias em Lajeado. Na fuga, eles bateram o carro, Carmen foi liberada e a dupla foi resgatada por outro veículo.
Ainda de acordo com a polícia, Júnior participou do ataque em Pedras Altas, novamente com Alemão, em que um grupo de pelo menos seis homens assaltou dois bancos, fez pelo menos seis reféns e chegou a usar um veículo da Brigada Militar na fuga. Uma das armas usadas na ocasião, uma pistola .40, e uma touca-ninja foram apreendidas com Júnior em Vera Cruz, mais um indício que comprovaria a ligação dele com o crime.
Supostamente o segundo na hierarquia do grupo, Gilberto Cardoso dos Santos Júnior era natural e morador de Santa Cruz do Sul. O foco do bando eram os Vales, mas teriam atuado no Sul porque Alemão possui familiares que moram lá.
Para polícia, ataques têm característica de guerrilha
O delegado regional Julci Severo compara o sistema de funcionamento do grupo de Alemão e Júnior com o de guerrilhas, com utilização de áreas com mata, preferencialmente em zonas rurais, com recrutamentos instantâneos, alto poder bélico e confecção de QGs.
— Eles agem de forma sorrateira: chegam, escolhem os alvos, os analisam bem, realizam o crime, fogem e se dispersam. Inclusive, se mantém em locais intermediários com estoque de comida e bebida até que a polícia desfaça as buscas — afirma Severo.
Para o delegado regional, a zona rural não é o alvo dos assaltantes, mas, sim, os empresários que resolvem morar no Interior e geram “suspeita de riqueza”.
— Essas pessoas são extremamente analisadas e observadas, para depois virarem alvo — completa.
A polícia acredita que o grupo tenha cerca de dez integrantes fixos e diversos outros que são recrutados de acordo com o local, dando preferência a quem conhece as proximidades, e com a especialidade, roubo a banco ou à residência, por exemplo. Isso tem dificultado as investigações, porque é um sistema complexo.
— O mais assustador é como essas relações se estabelecem, todas elas dentro dos presídios. Sejam as amizades, as informações sobre as possíveis vítimas e os planos em si, tudo acontece enquanto os criminosos estão presos, como se fosse uma colônia de férias. É o que chamamos de sindicato do crime — esclarece o delegado Luciano Menezes.
Os objetivos desse grupo que está sendo desmantelado e possui pelo menos três foragidos, de acordo com os investigadores, seriam bens patrimoniais. Em princípio, eles não teriam envolvimento direto com o narcotráfico, nem tem intenção de machucar ou matar as vítimas, embora sejam feitas reféns.
Na manhã de ontem, os delegados da região vistoriaram uma propriedade que fica no interior de Santa Cruz do Sul e que serviria como QG do bando. Lá, foram apreendidos cerca de 700 munições, a grande maioria de calibres restritos ao uso policial, incluindo uma .50, que é capaz de derrubar um avião e furar carro forte, além de uma pistola, um colete a prova de balas roubado da BM em Pedras Altas e uma touca-ninja.
Permanece desaparecido um fuzil que foi usado na ataque de Pedras Altas. A arma teria sido emprestada a outro comparsa de Júnior, Deivid Ricardo da Silva, 26 anos, que utilizou a arma para matar um adolescente de 15 anos em Santa Cruz do Sul também no domingo. Segundo a polícia, o motivo teria sido disputa de território de tráfico de drogas e o crime não teria ligação direta com a onda de assaltos. No mesmo dia, Silva foi encontrado morto.
— A nossa investigação continua e temos muitas informações que precisam ser preservadas para colocarmos fim a esse bando — conclui Severo.
Zero Hora
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