Painel apresenta diversificação produtiva na região da Campanha - PinheirOnline

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Painel apresenta diversificação produtiva na região da Campanha

Painel apresenta diversificação produtiva na região da Campanha

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O salão de atos da Urcamp foi sede, ontem, da sexta edição do projeto itinerante do grupo RBS “Painel RBS Notícias”. O jornalista e apresentador do telejornal RBS Notícias, Eloi Zorzetto, conduziu o debate com  quatro painelistas: o produtor rural e proprietário da Estância Guatambu, Valter José Pötter; o presidente da Associação Vinhos da Campanha, Giôvani Peres; o chefe-geral da Embrapa Pecuária Sul, Alexandre Varella, e o presidente da Associação Brasileira de Criadores de Ovinos, Paulo Afonso Schwab.
Questionado quanto a citar potencialidades e desafios que possam consolidar uma diversificação da matriz produtiva na região da Campanha, Pötter elencou 25 atividades importantes para os municípios, da pecuária de corte passando para a olivicultura. Ele frisa que há uma integração benéfica entre a vitivinicultura e a produção de oliva, visto que a Campanha se assemelha à região da Toscana, na Itália, em termos de clima. Essa expectativa estabelecerá o mais novo projeto da Guatambu, que, no próximo ano, investirá na produção de azeite de oliva. Além disso, o produtor ressaltou  a aposta em energias renováveis, ação que deverá se tornar uma crescente nos próximos anos. O produtor também informou que a propriedade, localizada em Dom Pedrito, iniciou, nesta semana, seu projeto de microgeração de energia para uso próprio. “A Guatambu Estância do Vinho terá energia gerada por 600 painéis solares. Isso representa uma busca por diversificação e a região tem esse potencial de sol e vento. Tenho certeza de que a partir dessa iniciativa novos projetos surgirão”, comenta.

Potencialidades e desafios na vitivinicultura
No entanto, o empresário também reitera que o turismo rural e o enoturismo devem ser evidenciados na região da Campanha. Porém, o setor clama, segundo Pötter, para que as autoridades administrativas resolvam gargalos como o descaminho que afeta as vinícolas que enfrentam a concorrência desleal de produtos que entram sem pagamento de impostos.
 Peres também enfatiza a importância do setor vitivinícola para a Campanha. Atualmente, com dois mil hectares de uvas plantadas para a produção de vinhos finos, a região já detém 35% do produto no Brasil. “Somos a segunda região que mais produz vinhos finos no país. Esse número comprova que a vitivinicultura não foi retomada como ameaça para as atividades tradicionais como pecuária e agricultura. Ela diversifica a renda e gera desenvolvimento direto e indireto, podendo alavancar o turismo rural”, comenta.

Expansão
Antes do evento, Varella, chefe-geral da Embrapa Pecuária Sul, apresentou números que comprovam que, com a atual expansão da área agrícola, em especial com a cultura da soja na região, não houve diminuição da pecuária de corte. Conforme dados de pesquisa de 1974 comparados com avaliações de 2015, há uma diversificação da matriz produtiva sem redução do rebanho bovino, tanto no Estado quanto na Campanha. “O que se tem é uma intensificação da pecuária, para a qual se destinam áreas menores, aumentando o ajuste de carga e usando o melhoramento de campo, com ações de integração lavoura-pecuária”, ressalta.
O pesquisador, todavia, argumenta que esse impacto favorável para as duas atividades se dá em um cenário de anos chuvosos, porém há a preocupação com períodos de estiagem.“Essa é uma preocupação que temos porque ela ocorre com frequência. Assim, em épocas de seca, haverá escassez de alimentação para o gado no verão. Isso gera uma baixa produtividade na pecuária, aumento do abate de fêmeas, algo diferente dos últimos anos, com retenção de matrizes, então é algo que nos deixa em alerta”, destaca.
Para Varella, a saída em casos de forte estiagem está em uma maior utilização das tecnologias voltadas à pecuária, bem como procedimentos como conservação de forragens, com áreas de reserva para os meses de verão; aumento de processos de irrigação de pastagem, além de reajuste da carga animal.
O chefe-geral da Embrapa de Bagé ainda manifestou quanto à importância da olivicultura consorciada com a ovinocultura. Atividades que, unidas, podem ser realizadas de forma harmônica, gerando mais renda para os produtores da região.
O Painel RBS Notícias reuniu estudantes da Urcamp, curso de Comunicação Social da instituição de ensino, autoridades do segmento rural, prefeitos de Bagé, Aceguá e Hulha Negra, vereadores e demais lideranças da comunidade local.

BOX – Ampliação da agricultura em números*

1974

Campestre - 82%
Nativa - 12%
Antrópica (agricultura e urbana) - 5%

2015

Campestre - 46%
Nativa - 17%
Antrópica (agricultura e urbana) - 33%
Silvicultura - 2,36%

*Dados divulgados pela Embrapa

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