Greve dos caminhoneiros continua na Zona Sul - PinheirOnline

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Greve dos caminhoneiros continua na Zona Sul

Greve dos caminhoneiros continua na Zona Sul

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carolina.marasco@diariopopular.com.br
Supermercados não estão recebendo alimentos (Foto: )
Supermercados não estão recebendo alimentos
Postos continuam sem receber gasolina (Foto: )
Postos continuam sem receber gasolina
Caminhoneiros chegam ao quarto dia de greve (Foto: )
Caminhoneiros chegam ao quarto dia de greve
Com a divulgação do acordo entre representantes dos caminhoneiros e o governo federal, a população esperava ver o fim do movimento de greve da categoria em todo país. No entanto, nem todas as lideranças concordaram com as medidas negociadas. Seis estados ainda apresentaram bloqueios e manifestações: Ceará, Mato Grosso, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Em Pelotas, a crise de abastecimento de combustível se agravou, resultando na diminuição de horários no transporte coletivo e nos serviços municipais, como agentes de trânsito e recolhimento de lixo.
Buscando minimizar os efeitos dos bloqueios de cargas, a Justiça Federal do município determinou, em medida liminar, a passagem de veículos de combustível e leite. Foi estipulada multa de R$ 5 mil por caminhão impedido de prosseguir. No entanto, não há garantias de que as sentenças serão acatadas pelos manifestantes. As incertezas ainda incluem o número de trabalhadores parados e os impactos sobre outros setores da economia local, como comércio, correios e distribuição de medicamentos.
Durante a quinta-feira, nove trechos das rodovias pela Zona Sul tiveram manifestações. Na BR-116, nos quilômetros 389, 397 e 401, em Camaquã, e no 454 e 465, em São Lourenço do Sul. Em Pelotas, a BR-116 teve protestos nos quilômetros 481 e 529 e na BR-392, no quilômetro 66. De acordo com a 7ª Delegacia da PRF, um bloqueio de caminhoneiros foi desarticulado no quilômetro 125 da BR-392, em Candiota. Em outro ponto da mesma estrada, no quilômetro 74, três pessoas foram presas por atos de vandalismo e apedrejamento de caminhões.
Embora o fluxo de veículos esteja liberado desde a determinação judicial, os trabalhadores mantêm a paralisação. O Rio Grande do Sul é o estado com mais interdições ou atos, abrangendo no mínimo 32 trechos, segundo o último boletim da PRF. As lideranças gaúchas estão mais afinadas ao Comando Nacional do Transporte (CNT), órgão que não participou da rodada de negociações com o governo federal. Liderado por Ivar Schmidt, o CNT luta principalmente pela redução do valor do diesel, pauta considerada fora do debate pela Presidência da República.
Quem são os manifestantes?
A maioria dos caminhoneiros parados é de autônomos e não apresenta ligações com partidos políticos ou sindicatos. Fato que dificulta o atendimento das reivindicações e favorece a multiplicidade de vozes no movimento. O CNT foi criado no ano passado, com o objetivo de tentar representar estes trabalhadores. O discurso do líder Ivar Schmidt e sua articulação com os trabalhadores têm sido a principal dor de cabeça do governo ao tentar encontrar uma solução à greve.
Como eles se articulam?
As redes sociais têm sido a principal ferramenta para reunir os manifestantes e dar continuidade aos protestos. Ivar Schmidt diz ser responsável por pelo menos 100 pontos de bloqueio de caminhoneiros em todo o Brasil. Na página oficial do Comando no Facebook, as postagens atribuem a união e a permanência nas intervenções ao aplicativo de mensagens WhatsApp. Em grupos por estas redes, os manifestantes conseguem trocar informações e fortalecer a mobilização.
Sem combustível
Neste quarta-feira (26), a empresa São Jorge anunciou a interrupção da linha Interbairros - Prado. Segundo o proprietário, Antônio Portantiolo, como há outras linhas que realizam o mesmo itinerário, a população precisará aguardar mais pelos ônibus. "Os intervalos serão mais longos, mas o serviço está garantido até o domingo", disse.
A situação em outras empresas de transporte coletivo também é crítica. Conforme o superintendente de trânsito da Secretaria de Gestão da Cidade e Mobilidade Urbana (SGMU), Flávio Al-Alam, se os bloqueios continuarem, o transporte coletivo de Pelotas pode parar na próxima segunda. "Os táxis também estão sentindo e os serviços municipais precisaram ser reduzidos", pontua. Rondas dos agentes de trânsito foram suspensas e somente o atendimento às ocorrências está mantido.
No último posto com gasolina em Pelotas, os motoristas formaram uma fila de um quarteirão. Daniele Dummer, 37, saiu com o tanque do automóvel cheio após esperar por três horas e meia. Ao sair de casa ela já avisou os dois filhos que a acompanhariam: "Peguem tablet, lanche, suco, porque vai demorar". A dona de casa justifica a necessidade pela gasolina devido às sessões diárias de hemodiálise que o pai realiza.
O gerente do estabelecimento, Márcio Giovani, afirma que a carga de aproximadamente 10 mil litros chegou na tarde de quarta, pois foi escoltada por agentes da PRF. Como nem todos que estavam na fila conseguiram abastecer, alguns condutores ficaram revoltados, expondo o descontentamento pelas janelas dos veículos.
Sanep no limite
O desabastecimento de combustível pode ainda refletir no recolhimento de lixo em Pelotas. Em nota enviada pela Assessoria de Comunicação da prefeitura, o Sanep afirma que "serviços importantes como grandes vazamentos e abastecimento de água para a população são considerados prioridade". Operando no limite, a empresa contratada para realizar a coleta de resíduos enfrenta dificuldades por causa da falta de combustível, o que pode afetar o serviço. A orientação é evitar o descarte de lixo fora dos dias e horários estabelecimentos em cada região.
Hortifrúti em crise
Se na quarta-feira a situação da Central de Abastecimento (Ceasa) já era difícil, ficou ainda pior com a continuidade da interrupção de carregamentos. Frutas estragando, legumes perdendo a qualidade e espaços vazios eram o cenário do local. Nos supermercados, as prateleiras já começaram a ficar vazias. Nos próximos dias, com a falta de reposição dos estoques, os consumidores devem começar a perceber a falta de alimentos básicos como batata, alface, tomate e outros produtos industrializados, como leite e pão.
Na noite de quarta, um acordo foi assinado entre 11 entidades da categoria e o governo federal. As medidas do documento buscavam terminar com os protestos iniciados desde o último domingo. "A sugestão das entidades é que haja a liberação das rodovias para que o país retome a normalidade", disse Diumar Bueno, presidente da Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos. Participaram das negociações, o ministro dos Transportes, Antônio Carlos Rodrigues, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Miguel Rossetto, e a ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Kátia Abreu. Se as rodovias forem liberadas, o governo se compromete em cumprir os itens do acordo.
Confira as principais definições
- Sanção integral da nova Lei do Caminhoneiro, com redução de carga horária
- Isenção de pagamento de pedágio para o eixo suspenso de caminhões vazios
- Tolerância do peso bruto total de 5%, e de peso por eixo de 10%, além de perdão das multas por excesso de peso expedidas nos últimos dois anos
- Responsabilização do embarcador pelos prejuízos decorrentes do excesso de peso e transbordo da carga com excesso
- Inclusão de obrigação do governo de instalar e incentivar pontos de paradas, mediante cessão de áreas públicas
- Carência de um ano para pagamento das parcelas de financiamento de caminhões dos contratos em vigor de transportadores rodoviários autônomos e microempresas
- Elaboração de tabela referencial de fretes, tendo mediação do Ministério dos Transportes. A primeira reunião será em 10 de março
- Compromisso da Petrobras de não realizar, pelos próximos seis meses, reajuste no preço do diesel

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