Arrastando
a perna esquerda, o que limita seus movimentos, Ubiratan Lopes Barres,
46 anos, muitas das vezes em que vai pedir desculpas e argumentar com
seus credores, leva consigo a cópia da decisão da Justiça do Trabalho,
vara de Bagé, que serve para justificar o atraso nos pagamentos ao
comércio de Pinheiro Machado.
Desde que caiu em um buraco quando atuava como motorista em uma
empreiteira no municÃpio de Candiota, Ubiratan viu sua vida mudar.
O fato ocorreu em 2009 e ocasionou a fratura do joelho esquerdo, que já
passou por cirurgia, mas, para que a perna volte a ter uma mobilidade de
qualidade precisa receber uma prótese.
Depois de 90 dias, ele chegou ter o amparo de renda mensal por acidente
de trabalho suspenso pelo Instituto Nacional Seguro Social-INSS, mas,
quatro anos depois, em 2013, já em uma sala de audiências, fez um acordo
e voltou a receber cerca de R$ 880,00 de salário, valor hoje usado para
quitar muito lentamente, as inúmeras dÃvidas que contraiu durante os
quatro anos em que não pode contar com o beneficio. No ato, Ubiratan
aceitou a proposta do INSS que pagaria o valor de R$ 17.913 (dezessete
mil novecentos e treze reais) como total do que lhe deviam pelos 48
meses de inadimplência.
- Até hoje vago com essa decisão judicial pelo fórum, advogado e no
próprio instituto. Não me pagaram um centavo do que foi acertado no
acordo e eu me endividei – denuncia o motorista que continua:
- Eu já abri mão do que me era de direito para poder saldar meus débitos
e hoje devo cada vez mais –
A empresa para qual trabalhou foi embora para o Paraná e, do advogado,
Ubiratan não houve boas perspectivas, pois, ao assinar o acordo o
processo se extinguiu.
- Em minha opinião não há acordo já que ele não foi cumprido. Não sie
mais a quem recorrer para obter o que é meu. O advogado limita-se a
dizer que devo olhar minha conta bancária para ver se o dinheiro entrou.
Finaliza.
Por: Nael Rosa
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