Trabalhadores da CRM permanecem em estado de greve

Na manhã de ontem, funcionários da Companhia Rio-grandense de Mineração (CRM) e a diretoria da empresa se reuniram na sede, em Candiota, para tratar assuntos referentes às terceirizações e à retirada de 100% do auxílio periculosidade de cerca de 350 trabalhadores. A categoria continua em estado de greve até a empresa resolver a situação com os terceirizados.
 
O presidente do sindicato, Wagner Lopes Pinto, comenta que, na próxima terça-feira, será realizada uma reunião da empresa com a Companhia de Geração Térmica de Energia Elétrica (CGTEE). “Após, passaremos para as decisões. O diálogo foi bom para eles verem que a categoria é unida. A situação da CRM é complicada, porém queremos firmeza dos nossos diretores. Queremos a realidade. Atitudes concretas”, declara.
 
Conforme o diretor-presidente da empresa, Edivílson Meurer Brum, a primeira questão fundamental foi realizada: a conversa com os trabalhadores. “Estamos enfrentando dificuldades com os contratos com a CGTEE. Tínhamos um contrato da fase A e B, de 1,6 milhão de toneladas e, em janeiro, houve redução para 800 mil. Essa redução gerou um desajuste de 24 milhões. Isso é desafiador para qualquer gestor. Agora, eles querem um novo contrato: diminuir para 400 mil e pagar só 200 mil toneladas. Tem que haver um meio-termo, para podermos nos acertar”, completa.
 
Ele informa que, diante de todo o reajuste, a empresa começou a tomar decisões importantes. “Na sede da companhia vamos reduzir metade da folha de pagamento. Infelizmente, em Mina do Leão vamos suspender a mineração. Nosso desafio é não causar desempregos. A questão de insalubridade tínhamos já intenção de cortar, porque o Tribunal de Contas não aceita que se pague, por exemplo, para funcionários administrativos. Sobre as terceirizações, vamos diminuir. Durante este mês deve sair essa mudança. Não tem como cortarmos 100% das terceirizações de um dia para o outro”, salienta.