O Presidente do Supremo Tribunal de Justiça, Ministro Joaquim Barbosa, ficou popularmente conhecido e respeitado no Brasil, muito em função de seu desempenho no recente julgamento do chamado “Caso do Mensalão”, onde atuou como relator, demonstrando irreparável conduta, tanto técnica quanto moral, diligenciando para desvendar e elucidar uma teia de corrupção e falcatruas que enxovalharam a grandeza e a dignidade das instituições do país. Se a nós, cidadãos comuns, pode parecer que as penas imputadas aos envolvidos/condenados foram leves, poderiam ser mais brandas ainda, se não houvesse o empenho e a dedicação pessoal do Ministro.
Demonstrando firmeza em seus arrazoados e força de caráter para argumentá-los, podemos dizer que o Ministro Joaquim Barbosa é um homem de opinião, cuja expressão não se limita a mera obrigação do ofício, pois se manifesta de livre e espontânea vontade, sem nenhum outro interesse que não seja o amor a verdade.
Opinião é juízo de valor subjetivo
que todos de certa forma possuímos, em maior ou menor grau de clarividência. Manifestá-la
e defendê-la é questão de princípios e de caráter, incompatível com quem muda
de idéia tal qual o vento de direção, ao sabor das conveniências e pressões
corporativas, assumindo o discurso do lado mais forte. Uma vez retiradas as
vantagens pessoais, subtraídos os ganhos individuais e corporativos, o discurso
da grande maioria esmorece, perde a eloqüência.
Assim, o Ministro Joaquim Barbosa, refere-se ao Brasil, como o país dos conchavos, dos negócios resolvidos na amizade, do tapinha nas costas; de outro lado, revela que, em 2006, recusou o convite feito pelo Presidente da República para acompanhar a delegação brasileira em visita a países africanos, negando-se dessa forma, a colaborar com o marketing político do então presidente Lula, justamente por saber que esses países africanos, estranham a ausência de negros nos quadros da diplomacia brasileira, tendo em conta o fato de que pelo menos 50% de nossa população é composta de negros e mulatos.
Considerando-se um afortunado, porque soube aproveitar as oportunidades que a vida lhe deu, tem consciência clara sobre o racismo no Brasil. Quando se refere à apreciação de seu currículo, diz que antes costumam olhar a cor da pele. Está processando um jornalista por crime de racismo.
Indagado sobre a possibilidade de
vir a candidatar-se a um cargo político, o Ministro não descarta a
possibilidade, embora não defina quando.
Sem reparos. No entanto, no que se refere à possível/provável candidatura do ministro Joaquim Barbosa, fico fazendo conta de cabeça: não consigo imaginá-lo, com esse perfil de indignado, fazendo parte de uma agremiação partidária, dentro do atual modelo político que conhecemos. Porque é verdade, somos o país dos conchavos. Como fará, então, o cidadão Joaquim Barbosa, pra conviver com os futuros “colegas”, nossos tão bem conhecidos representantes, acostumados a negociar à moda Gerson. Habituados com a troca de favores, com os apoios comprados, com o proselitismo político na distribuição de cargos, cujas escolhas, não raro, sobrepõem-se à competência e até mesmo à concorrência legal, em muitos casos. Como será possível conviver com isso todo dia, sendo fiel aos princípios éticos e morais, alicerçados em antigas e cultuadas verdades e preceitos!?
Palavra que não imagino!!
Texto inspirado na entrevista
concedida pelo Ministro Joaquim Barbosa ao jornalista Roberto D’Ávila da Globo
news.
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