Aécio e Dilma disputam o segundo turno
As eleições 2014 ainda não acabaram, mas, segundo o diretor-geral do Datafolha, o momento já é histórico: é a situação mais acirrada desde 1989, como explicou Mauro Paulino em entrevista ao Gaúcha Atualidade desta sexta-feira (17). “Em 1989, o segundo turno começou com Collor tendo vantagem sobre Lula. Este ano, o segundo turno está acirrado desde o início”, disse.
De acordo com o diretor-geral do Datafolha, os votos de dividem principalmente por classes. A classe alta tem preferência por Aécio. A classe baixa, por Dilma. A classe média está dividida – e virou oportunidade: “É neste segmento da população que os candidatos devem buscar os votos”, alertou.
Um ponto importante é que as eleições deste ano têm bastante movimento de votos. No primeiro turno, era clara a queda de Marina e a ultrapassagem de Aécio. Hoje a situação é de estabilidade dos dois candidatos, o que é mostrado pelas pesquisas realizadas recentemente pelos institutos.
“Antes, era comum as pesquisas indicarem o resultado numérico das eleições. Hoje isso é cada vez mais difícil”, explicou Paulino. “Os eleitores hoje decidem o voto no último momento”, destacou. Isso fica claro na votação do primeiro turno para governador do Rio Grande do Sul: a queda de Ana Amélia e a ascensão de Sartori aconteceu na última semana. “17% dos eleitores decidiram o voto de sábado para domingo”, informou Paulino.
Sobre as campanhas eleitorais para a presidência da república, o diretor-geral do Datafolha indicou uma contradição: segundo ele, os eleitores dizem que não gostam de ataques dos candidatos. No entanto, ele afirma que a campanha de desconstrução de Marina funcionou. “Num primeiro momento, essa campanha mais incisiva do PT vem surtindo efeito”, afirmou. O que faz a diferença no voto do eleitor são as propostas relativas ao transporte público. “Isso tem decidido voto”, disse.
Paulino ainda explicou como funcionam as pesquisas, que são feitas por cotas: as amostras reproduzem as proporções de classes e educação encontradas junto ao eleitorado. “Cada pesquisador sai a campo sabendo o que tem que encontrar”, explicou. São feitas cerca de 3 mil pesquisas, e o percentual de eleitores abordados é de 0,002%.
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