Três técnicos do “Ministerio de Ganadería, Agricultura y Pesca” do Uruguai visitaram a Embrapa Pecuária Sul, em Bagé, no dia 08/09, a fim de conhecer detalhes do Projeto de Desenvolvimento Territorial Endógeno Alto Camaquã. Eles estiveram reunidos com o coordenador do projeto, pesquisador Marcos Borba; com o chefe regional da Emater, Alexandre Alves; os técnicos da Emater que atuam na Secretaria de Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo do Estado do Rio Grande do Sul (SDR), Carlos Humberto Oliveira Alves, Vicente Ney e Jonas Wesv; a Chefe de Transferência de Tecnologia da Unidade, Estefanía Damboriarena, e o presidente da Associação para o Desenvolvimento Sustentável do Alto Camaquã (Adac), Mateus Garcia.
A visita compõe uma das ações do termo de cooperação firmado entre o Governo do estado do Rio Grande do Sul, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Rural e o Departamento Geral de Desenvolvimento Rural do Ministério Uruguaio. Entre os principais objetivos do acordo está a troca de informações referentes aos projetos e ações produtivas e de destaque tanto no Rio Grande do Sul, como no Uruguai. Por meio do encontro na Embrapa Pecuária Sul o grupo uruguaio conheceu a experiência do Alto Camaquã e suas etapas de desenvolvimento que culminaram com o fortalecimento da ADAC e suas 21 associações de produtores e o registro da marca territorial. Nos próximos dois dias, eles seguirão para os municípios de Butiá, onde conhecerão uma produção familiar de ovinos e Caçapava do Sul, para visitar unidades experimentais do programa RS Biodiversidade.
Os técnicos uruguaios se interessaram muito pela experiência explanada, principalmente pelos relatos do presidente da Adac e pecuarista familiar, Mateus Garcia, que vivenciou os resultados alcançados ao longo do tempo de vida do Projeto.
De acordo com Mateus Garcia, há 14 anos os pecuaristas familiares, apesar de estarem organizados em associações, tinham muitas dificuldades, principalmente referente à deficiência nutricional e à inexistência de transporte dos animais das propriedades. “A ideia de valorização do campo natural, de descanso e manejo rotativo proporcionou um aumento na eficiência produtiva e fez com que nos interessássemos em discutir mais os problemas pontuais. As associações começaram a dialogar com os grupos vizinhos formando uma associação regional, que é a Adac. Hoje estamos estabelecendo uma logística para levar nossos cordeiros até o mercado, com um caminhão ovelheiro, e partindo também para um caminhão com sala de desossa para trabalharmos diferentes cortes”, comemorou.
Como estratégia de posicionamento no mercado, a Rede de Produtores do Alto Camaqua (ReAC) elegeu a carne de cordeiro como o primeiro produto a ser trabalhado com a marca Alto Camaquã. Por traz deste e dos outros produtos da marca estão valores imateriais como a preservação da natureza desta região, a manutenção da cultura e história do pequeno produtor gaúcho, e, no caso da carne de cordeiro, a garantia de serem animais alimentados de forma natural. “Estamos construindo essa trajetória de organização. Temos muito para melhorar, mas com certeza os acertos estão sendo bem maiores que os erros”, afirma Garcia.
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