Ovinocultores mudam comportamento para garantir maior produtividade - PinheirOnline

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Ovinocultores mudam comportamento para garantir maior produtividade

Ovinocultores mudam comportamento para garantir maior produtividade

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Uma pequena parcela de criadores de ovinos tem rompido um comportamento histórico na Região Sul para obter melhores rendimentos em ganho de peso de animais e diminuição da mortalidade de cordeiros. A mudança foi planejada desde 2012 com a iniciativa do programa Juntos Para Competir, do Sebrae, Senar e da Farsul, com o Núcleo de Criadores de Ovinos de Pinheiro Machado. 

 Segundo o consultor do programa, Daniel Barros, a realidade da maioria das pequenas propriedades da região é de excesso de carga animal por hectare. Essa atitude gera escassez de comida, já que os produtores dependem só do campo nativo. Problema que se agrava no inverno, quando o pasto fica queimado e quase que inexistente. Dos 40 associados no núcleo de Pinheiro Machado, 17 estão trabalhando com redução da carga animal por hectare e/ou melhoramento do campo nativo, o que representa 1% dos mais de 1.700 criadores do município. O importante passo de abrir espaço para capacitação técnica em gerenciamento de propriedades pode agregar ganhos de até 900%, a exemplo do rendimento em quilos por hectare. 

A venda de parte dos animais, para ajuste de lotação, gera renda suficiente para investir em pastagens exóticas, como o azevém, que tem um custo de cerca de R$ 500,00 por hectare. Com um ganho de 300 a 400 kg/ha, cotados hoje a R$ 4,50 o quilo vivo, o rendimento seria em torno de R$ 1.500,00 por ha, menos os R$ 500,00 investidos, há um rendimento de R$ 1.000,00 por ha. Com o incremento, o ovinocultor também melhora índices de nascimento, desmame e engorda de cordeiros, diminui problemas com doenças e taxa de mortalidade. 

Além disso, o trabalho prioriza a preservação do campo nativo, mantendo as áreas sem perder produtividade. Com a oferta de alimento o ano todo, o ovinocultor também pode planejar o nascimento de cordeiros a qualquer época, garantindo oferta de carne em momentos em que possa alcançar melhores remunerações. Este é o benefício já experimentado pelo ovinocultor Mário Alfredo de Lima. No ano passado a propriedade dele se tornou Unidade Demonstrativa (UD) neste modelo para divulgação a criadores vizinhos. 

As perdas de animais nas propriedades são encaradas com naturalidade pelos criadores, se não fosse a UD não seria possível mostrar resultados reais. "A gente vê uma mudança bem grande de como era antes para agora e cada vez dá vontade de melhorar ainda mais", completa Mário Alfredo. Ele ainda avalia na ponta do lápis gastos e melhorias, mas no campo a evolução é visível. Dos 50 hectares de pastagens, ele incrementou oito com azevém, pastagem de inverno, para 250 animais. Com isso, os cordeiros nascidos a partir de setembro terão oferta de alimentos para serem terminados em junho, julho e agosto do ano que vem.  

Carne ovina na merenda escolar 

Mário, que também é presidente do Núcleo de Criadores, conta que os produtores já conseguiram organizar um cronograma em que cada um se responsabiliza pela oferta de carne em um período. Atualmente, eles estruturaram um ponto de comercialização, na entrada do município, com consultoria do Sebrae para desenvolvimento do projeto de gestão, layout interno e externo e criação do logotipo dos produtos. 

O trabalho faz parte de um projeto estadual para desenvolver a pecuária de corte da Região Sul e centro-sul, que tem como foco aumento de produtividade, associativismo, ações de compra conjunta e gestão. O grupo de produtores também abastece a merenda escolar do município com carne ovina pelo Pnae, Programa Nacional de Alimentação Escolar, que compra no mínimo 30% da produção familiar. O fato de a carne ovina estar presente nas escolas valoriza a atividade local e trabalha no incentivo ao consumo nas crianças. 

Mário conta que com este mercado conseguem preços de R$ 10,00 a 11,00/kg, enquanto no convencional está em R$ 7,00 o quilo. "A comercialização, através da merenda escolar, destaca-se por ser uma oportunidade para inúmeros produtores familiares do Rio Grande do Sul terem um canal de comercialização no próprio município, além de formar novos consumidores deste excelente produto", considera o gerente regional sul do Sebrae, Juliano Bolzoni. 

O grupo, segundo ele, se destaca pelo pioneirismo em alcançar a merenda escolar com carne ovina e a qualidade no procedimento pós-porteira, tendo em vista que eles estão adquirindo insumos através de compras coletivas e comercializando em conjunto. O Núcleo de Criadores de Ovinos de Pinheiro Machado também tem o apoio de Emater/RS, Sindicato Rural e prefeitura, de quem recebeu um abatedouro que foi reformado e aguarda liberação da Fepam para que tenha inicialmente inspeção municipal.

Por: Cássia Medronha cassia.medronha@diariopopular.com.br

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