Reunião debate avanço de raiva herbívora na região

Aconteceu na última quinta-feira, na Associação e Sindicato Rural de Bagé, uma reunião entre técnicos da Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Agronegócio – Seapa e produtores rurais de Bagé e região sobre raiva bovina, que tem causado muitos danos em propriedades da Metade Sul do Estado.
As reuniões têm acontecido em várias cidades atingidas pelo problema, que, recentemente, chegou a Bagé.
Estiveram presentes no evento, o médico veterinário do Núcleo de Controle da Raiva por Herbívoros da Seapa, Wilson Hoffmeister Junior, que acompanha as equipes nas visitas às propriedades com focos ou refúgios de morcegos - animal transmissor do vírus - e o coordenador no Estado do Programa Nacional de Controle da Raiva por Herbívoros, Nilton Rossato, alertaram os produtores para a importância da vacinação, que não é obrigatória, porém fundamental. “O produtor que vacina o seu gado, mesmo depois de detectar focos no rebanho, tem chances de salvar um maior número de animais”, disse Rossato. Entretanto, ele ressalta que só uma dose não é suficiente. “São indicadas no mínimo duas doses para manter o gado protegido do vírus.” O coordenador esclarece que a vacina “não é curativa, ela protege por um período, mas precisa ser renovada”.
Quem também esteve presente na reunião foi a supervisora regional da Inspetoria Veterinária e Zootécnica de Bagé, Anna Suñé, que solicitou aos produtores revisões constantes nas propriedades a procura de cavernas e furnas, onde vivem os morcegos, no caso da existência desses locais, o mias indicado é acionar a Inspetoria. “Aqueles que já detectaram problemas no rebanho também devem nos comunicar imediatamente, para que possamos ter conhecimento das áreas afetadas e traçar uma estratégia emergencial e mais efetiva”, enfatiza. Anna também comentou que as casas veterinárias receberão em breve um formulário que será preenchido com dados de todos os produtores que adquirirem a vacina, para que assim, a Inspetoria possa fazer um cadastro.
A raiva é uma encefalite aguda viral transmitida através da mordedura de animais doentes e portadores, que se caracteriza por um quadro neurológico fatal. A raiva bovina é geralmente transmitida pela mordida de morcegos hematófagos, que atuam como transmissores do vírus.
Notificações e informações sobre o assunto podem ser obtidas na Inspetoria Veterinária e Zootécnica de Bagé, através do telefone(53) 3242 5969.

Recomendação para vacinação

A Supervisão Regional de Bagé, no âmbito de seus municípios: Aceguá, Bagé, Candiota, Caçapava do Sul, Dom Pedrito, Hulha Negra, Lavras do Sul, recomenda aos produtores à vacinação contra raiva, tendo em vista a ocorrência de surto na região da campanha, com focos comprovados, mortalidade crescente de animais (bovinos e equinos), aumento da propagação do vírus e risco eminente à saúde pública e de perdas econômicas expressivas.
A vacina necessita ser aplicada em duas doses, sendo a segunda dose aplicada 21 dias, após a primeira dose.
A presença de animais com sintomatologia nervosa, paralisia do trem posterior, dificuldade de locomoção, também deve ser notificada para que o veterinário oficial faça o diagnóstico mediante coleta de material e confirmação laboratorial.
Para que o Serviço Veterinário Oficial possa controlar a população de morcegos hematófagos é necessário, que os produtores notifiquem à Inspetoria de Defesa Agropecuária sobre a ocorrência de refúgios ou furnas de morcegos em suas propriedades para revisão.