Foto: Maicon Leon |
Novo presidente diz ter várias motivações para trabalhar em prol da associação
Mateus Oliveira
Garcia foi eleito o novo presidente da Associação Para o Desenvolvimento
Sustentável do Alto Camaquã (ADAC). A eleição aconteceu no dia 29 de
março, em Encruzilhada do Sul, e contou com a presença de várias
autoridades, dentre elas o governador do RS, Tarso Genro. Na ocasião,
foi assinado com o Estado um contrato que destina R$ 180 mil para a
entidade, além de ser anunciado mais R$ 120 mil para a aquisição de dois
caminhões, que irão servir para que as associações filiadas possam
fazer o transporte de animais e de carne para os mercados parceiros. Do
total de R$ 300 mil, Garcia diz que 80% é a fundo perdido e que a
associação vai pagar apenas 20% desse valor, em cinco parcelas anuais.
“Foi de grande
importância o recurso que o governo do Estado destinou para nossa
associação, pois agora teremos autonomia em relação ao transporte de
nossos produtos, sem dependermos das prefeituras ou de transportes
particulares. O que me motiva ainda mais a trabalhar pelo projeto Alto
Camaquã, é que temos um grande conselho consultivo através de várias
parcerias, além também da politica que esta sendo trabalhada hoje em
comum acordo com a comunidade, ou seja, se construindo tudo isso
juntamente com eles. A valorização do Campo Nativo que existe
praticamente só em nossa região e o trabalho em rede das associações faz
com que haja a troca de conhecimento e experiência entre os produtores
da pecuária familiar. Hoje nosso principal objetivo é organizar a
comercialização de nossos produtos, para que cheguem nos mercados com a
marca Alto Camaquã”, concluiu.
O que é Alto Camaquã
O Alto Camaquã
compreende os municípios de Bagé, Caçapava do Sul, Lavras do Sul,
Pinheiro Machado, Piratini e Santana da Boa Vista, localizados na parte
superior da bacia do rio Camaquã. Marcada por uma vegetação
predominantemente arbórea com mosaicos de campo e mato, a Serra do
Sudeste, como também é conhecida, foi ocupada pela pecuária familiar. A
histórica falta de aplicação dos conhecimentos científicos convencionais
às características socioeconômicas e ecológicas, o uso de insumos
químicos e a baixa mecanização deixaram a região à margem da
modernização da agricultura.
Neste contexto,
com um número significativo de produtores familiares, o local ficou à
margem do desenvolvimento, muitas vezes levando ao abandono da atividade
produtiva. O projeto Alto Camaquã foi pensado como uma forma de
contribuir com um desenvolvimento diferente dos padrões da agropecuária
praticada na metade Sul do Rio Grande do Sul. A intervenção da Embrapa
no processo tem o objetivo de mostrar que é possível desenvolver uma
atividade econômica, a partir de uma estrutura fundiária baseada na
propriedade familiar.
Segundo o
pesquisador Marcos Borba, a estratégia de valorização do território só é
possível com a participação ativa dos envolvidos no processo. Ou seja,
uma ação conjunta entre produtores, pecuaristas e representações do Alto
Camaquã, visando um desenvolvimento sustentável e duradouro do
território. Contudo, antes de começar a trabalhar no território,
primeiro é preciso conhecer suas potencialidades naturais. E é por isso
que o projeto tem se empenhado desde sua fundação, ao promover cursos,
palestras e visitas às propriedades. Com o trabalho de pesquisa e
incentivo da Embrapa, atualmente, a região do Alto Camaquã conta com
entidades que cooperam com o seu desenvolvimento, como é o caso da
Associação para o Desenvolvimento Sustentável do Alto Camaquã (ADAC) e a
Rede de Produtores do Alto Camaquã.
http://www.jornaltradicao.com.br/site/content/variedades/index.php?noticia=10319
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