Após o anúncio de que o longa-metragem “O Tempo e o Vento” será exibido nas principais capitais do país, no dia 20 de setembro, as inquietações começaram na cidade. Todos querem saber quando o filme, que teve grande parte das cenas gravadas no município, será mostrado aos bageenses.
De acordo com o coprodutor da Panda Filmes, Beto Rodrigues, ainda não existe uma data definida para a passagem do longa pela cidade. Uma previsão deve ser oferecida na segunda quinzena de agosto.
Outro ponto esclarecido pelo produtor é quanto às cópias que devem ser distribuídas.
Apesar de ser cedo para falar do assunto, já que o filme ainda está em processo de finalização, ele garante que é questão de honra trazer uma cópia 35 mm para Bagé, pois o Cine 7, único cinema de Bagé, ainda não tem projetor digital. “É um compromisso meu com a cidade de levar, ao menos, uma cópia de 35 mm”, afirma. Mas as cópias digitais também devem circular, pois segundo Rodrigues, até o final do ano, as salas de exibição devem ter projetores digitais.
O proprietário do Cine 7, Sérgio Gonçalves, acredita e torce para que o filme seja exibido no cinema.
O empresário comenta que ainda não fez contato com a Panda, mas a expectativa dele, como a dos demais moradores do município, é para que o filme seja exibido logo. “É algo contagiante, todos estão esperando para ver o filme”, salienta.
Em relação à cópia 35mm, ele conta que existe um financiamento do Governo Federal para que os cinemas digitalizem os seus parques exibidores, porém Gonçalves acrescenta que o processo será demorado, principalmente para as pequenas empresas.
O proprietário fala que para fazer a troca dos projetores, tem que entrar em contato com as empresas, chamadas de integradoras, que fazem a intermediação entre o poder público e o cinema. “O processo levará uns dois anos, pois é tudo muito burocrático e trabalhoso”, argumenta. Apesar dos entraves, ele já deu início às primeiras negociações e acredita que a troca é obrigatória para quem quer continuar trabalhando com filmes. “Até então, o 35mm está rodando normalmente. Eu nunca tive dificuldade para encontrar nenhum filme neste formato”, garante.
Expectativa x tecnologia
Mesmo com a expectativa de modernização, o empresário relata que a grande maioria das salas do interior gaúcho tem projetores 35 mm. “Sant’Ana do Livramento e outras cidades do centro do Estado não exibem cópias digitais. E com certeza esses cinemas vão querer exibir O Tempo e o Vento”, aponta.
Sobre os rumores de que a estreia do longa seria feita gratuitamente no Ginásio Presidente Médici (Militão), Gonçalves opina que seria um desprestígio para a única sala de cinema que a cidade possui. “Se a questão é dar acesso a todos os que trabalharam e ajudaram na construção do filme, basta comprar ingressos e doar a essas pessoas”, destaca.
Além disso, ele chama atenção para a quebra do ciclo que ocorre com as produções cinematográficas, já que um das etapas é a exibição. “Estão lutando para trazer o curso de cinema para a Unipampa. Mas eles vão produzir para exibir onde?”, questiona. O proprietário lembra que como qualquer outra empresa, o Cine 7 paga impostos, aluguel, taxas e os funcionários. Portanto, para sobreviver, precisa vender o seu produto, que são os filmes. “Muitas vezes, precisamos de, pelo menos, seis títulos tops por ano para manter as portas abertas sempre”, afirma.
Apesar dos rumores, o empresário está otimista e acredita que todos poderão ver o longa em Bagé. “As coisas estão acontecendo.
Na hora certa, tudo vai funcionar perfeitamente e todos vão poder ver o filme. Será feito um esforço para que o ingresso seja mais acessível”, conclui.
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