Estrada que liga Bagé a Lavras para por algumas horas - PinheirOnline

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Estrada que liga Bagé a Lavras para por algumas horas

Estrada que liga Bagé a Lavras para por algumas horas

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Na tarde de ontem, quem precisou trafegar pela estrada de chão que liga os municípios de Bagé a Lavras do Sul se deparou com a via fechada por um caminhão estilo munck. Com cartazes, centenas de manifestantes das cidades de Dom Pedrito, Lavras do Sul e Bagé pararam a estrada das 13h às 16h.
O protesto reuniu diversas lideranças políticas, moradores, produtores rurais e a população em geral e pedia o cumprimento da promessa do governo do Estado para o asfaltamento do trecho da RSC 473. Estiveram presentes os vereadores Sônia Leite, Antenor Teixeira, Carlinhos do Papelão, além do presidente da Assembleia Legislativa, Pedro Westphalen, e o prefeito de Lavras do Sul, Alfredo Maurício Borges.
“Temos a esperança de que, através da mídia, possamos dar mais visibilidade a esta necessidade. Queremos mostrar à sociedade o valor desta estrada e mostrar que o principal intuito é que se cumpra esta promessa”, disse Luciane Delabary, uma das organizadoras do evento. Ela adianta que a intenção é de que sejam realizados outros atos desse tipo.
Westphalen ressaltou a importância da estrada para o escoamento da produção da região. “Precisamos estar presentes neste tipo de ato para apoiar esta região, já que conhecemos esta realidade. Sabemos que esta é uma das regiões mais necessitadas e esta estrada é vital para o desenvolvimento local. É preciso logística e infraestrutura”, argumenta.
Para ficar o maior tempo possível no local, a família de Ana Corina Soares de Oliveira, comerciante de 54 anos, foi preparada para assar um churrasco. Muitos dos manifestantes foram convidados com a carne. “Utilizo esta estrada todos os domingos. Espero há mais de 40 anos este asfalto e não sai. Mas a esperança é última que morre”, contou. “Quando chegou a hora de eu nascer meu pai já caiu na valeta na estrada pelas condições ruins”, lembra, mostrando que a reivindicação é antiga.
A produtora rural Dora Mara Nunes, de 57 anos, mora na saída da localidade de São Sebastião, onde aconteceu o protesto. “Já era para ter acontecido este asfaltamento há muito tempo. Moro há 14 anos aqui e é a primeira vez que vejo este tipo de movimentação. Vou todas as semanas a Bagé e é difícil. Quando carregava meus sogros doentes, eles chegavam piores lá do que quando saíam daqui, pelas péssimas condições da estrada. O carro, precisamos trocar de ano em ano”, comenta.
A família de Genelson Lopes, de 65 anos, também enfrenta as mesmas dificuldades. “Precisamos ir duas, três vezes à cidade e é sempre assim. Ficamos seguidamente empenhados na estrada”, conta. O sobrinho, Antônio Martins, lembra que muitas são as multas na entrada de Bagé. “Muitas vezes estraga alguma coisa na estrada e levamos a multa na chegada”, lamenta. 
O prefeito de Lavras do Sul diz que Bagé é cidade referência na saúde e na educação para sua cidade. Mas tanto os ônibus escolares quanto as ambulâncias para tratamentos de saúde precisam percorrer o dobro do necessário, mudando de caminho para evitar a estrada sem asfalto. “Esta é uma manifestação que partiu da comunidade e não de algum partido. Em 1970, levava-se uma hora para chegar a Bagé, hoje se leva duas horas e meia de ônibus. Perdemos o vínculo com Bagé e agora temos maior com Caçapava. Esta situação piora gradativamente, ano a ano. Nunca mais colocaram nenhuma caçamba de terra nesta estrada. Ficou uma via esquecida. 
Representando a Regional Fronteira da Associação dos Sindicatos dos Trabalhadores Rurais da Regional Fronteira, que abrange 17 municípios da região, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Bagé, Mílton Brasil, também esteve presente no ato, juntamente com o presidente da entidade em Lavras do Sul, João Rui Nunes. “Esta via é superimportante para o deslocamento dos trabalhadores rurais e para escoar a produção e está intrafegável. Além disso, tem toda a questão da ligação com Bagé para a saúde. Não tem como uma cidade ficar isolada assim sem ter ligação nenhuma. Não admitimos que uma promessa seja feita e não cumprida”, resume.
O próximo manifesto já está marcado para setembro. A promessa inicial do governo estadual atual era de que, até o final do ano passado, estaria pronta a primeira parte da estrada, um trecho de 22 quilômetros. A promessa incluía, ainda, a licitação de mais dois trechos. Desde 1998 três trechos já estão licitados.

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