CEEE teve redução de 16% na receita

A redução de 18% nas tarifas de energia elétrica repercutiu no bolso do consumidor. É possível concluir isso levando em consideração que a receita da Companhia Estadual de Energia Elétrica, em fevereiro, por exemplo, teve redução de 16%. Para o responsável pelo Departamento de Planejamento de Mercado da CEEE, Lauro Roberto Alves, o percentual não é consequente apenas da medida, mas quando ocorria redução na receita da companhia, essa era de 1% a 2%. Não é possível determinar, contudo, segundo o profissional, como o consumidor se comporta diante de uma conta de luz mais barata. Ou seja, se consome mais por pagar menos. De acordo com ele, há uma redução no consumo de energia após fevereiro. Na verdade, o consumo é sazonal: julho e agosto são os meses em que o consumo é menor no Rio Grande do Sul. O consumo é influenciado, assim, pela temperatura. Quanto mais quente, maior o consumo. 

Bandeiras tarifárias 

A partir de 2014, as contas de energia terão uma novidade: o Sistema de Bandeiras Tarifárias. As bandeiras verde, amarela e vermelha indicarão se a energia custará mais ou menos, em função das condições de geração de eletricidade. Para facilitar a compreensão das bandeiras tarifárias, 2013 será o Ano Teste. Em caráter educativo, a Agência Nacional de Energia Elétrica divulga mês a mês as bandeiras que estariam em funcionamento. Além disso, as distribuidoras de energia divulgarão, na conta de energia, a simulação da aplicação das bandeiras para o subsistema de sua região. O consumidor poderá compreender, então, qual bandeira estaria valendo no mês atual, se as bandeiras tarifárias já estivessem em funcionamento. O sistema possui três bandeiras: verde, amarela e vermelha – as mesmas cores dos semáforos. A bandeira verde significa condições favoráveis de geração de energia. Ou seja, com ela, a tarifa não sofre nenhum acréscimo; a bandeira amarela indica condições de geração menos favoráveis. A tarifa, então, sofre acréscimo de R$ 1,50 para cada 100 quilowatt-hora consumidos; a bandeira vermelha indica condições mais custosas de geração - a tarifa sobre acréscimo de R$ 3 para cada 100 quilowatt-hora consumidos. É preciso entender que a energia elétrica no Brasil é gerada, predominantemente, por usinas hidrelétricas. Para funcionar, essas usinas dependem das chuvas e do nível de água nos reservatórios. Quando há pouca água armazenada, usinas termelétricas podem ser ligadas com a finalidade de poupar água nos reservatórios das usinas hidrelétricas. Com isso, o custo de geração aumenta, pois essas usinas são movidas a combustíveis como gás natural, carvão, óleo combustível e diesel. Por outro lado, quando há muita água armazenada, as térmicas não precisam ser ligadas e o custo de geração é menor. Eis a justificativa para a criação das bandeiras. As bandeiras tarifárias são uma forma diferente de apresentar um custo que, hoje, já está na conta de energia, mas geralmente passa despercebido. Atualmente, os custos com compra de energia pelas distribuidoras são incluídos no cálculo de reajuste das tarifas dessas distribuidoras e são repassados aos consumidores um ano depois de ocorridos, quando a tarifa reajustada passa a valer. Com as bandeiras, haverá a sinalização mensal do custo de geração da energia elétrica, que será cobrada do consumidor, com acréscimo das bandeiras amarela e vermelha. Essa sinalização dá, ao consumidor, a oportunidade de adaptar seu consumo, se assim desejar.